Tese do Doutorado em Odontologia avalia agravos bucais em crianças e adolescentes com paralisia cerebral
Após três anos de implantação, o Doutorado em Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vai ter sua primeira tese apresentada na próxima sexta-feira (25), às 10h, no Auditório da Biblioteca Central, Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande. Na ocasião, a doutoranda Andreia Medeiros Rodrigues Cardoso fará a defesa da pesquisa “Agravos bucais em crianças e adolescentes com paralisia cerebral: fatores associados e impactados na qualidade de vida”.
Conforme a pesquisadora Andreia Medeiros, a avaliação dos fatores associados aos agravos bucais e do impacto deles na qualidade de vida de crianças e adolescentes com paralisia cerebral é necessária para compreender a saúde bucal dessa população. O objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência e fatores associados a má oclusão nesse público com paralisia, bem como descrever a qualidade de vida relacionada com a Saúde e a qualidade de vida relacionada à Saúde Bucal, levando em consideração, ainda, a percepção dos cuidadores.
A pesquisa analisou 149 crianças e adolescentes entre 2 e 18 anos, tendo os dados clínicos referentes à paralisia cerebral obtidos dos prontuários, enquanto os cuidadores forneceram informações socioeconômicas, comportamentais e sistêmicas. Verificou-se, através de pesquisador calibrado, a ocorrência de cáries dentárias, condições periodontais, condição oclusal e frequência de traumatismo dentário.
Na avaliação de oclusão, o estudo identificou que 74,8% dos pacientes possuem sobressaliência aumentada, 49,1% têm mordida aberta anterior, 21% têm mordida cruzada posterior e 2,8% com mordida cruzada anterior. A sobressaliência aumentada mostrou associação com hipotonia labial (dificuldade em vedar os lábios). A mordida aberta foi associada a interposição de lábio e sucção da chupeta. Entre os pacientes com dentição permanente, 95% apresentaram má oclusão grave ou muito grave.
A conclusão do estudo foi de que os pacientes com paralisia cerebral apresentam alta prevalência de má oclusão e associação dessa frequência com fatores sistêmicos e comportamentais. Além disso, as crianças e adolescentes com paralisia cerebral apresentam baixos escores de qualidade de vida relacionada com a Saúde, principalmente no domínio físico. Todos os detalhes da pesquisa serão expostos durante a defesa, que será aberta ao público em geral interessado na temática.
A tese foi orientada pelo professor Alessandro Leite Cavalcanti e co-orientada pelo professor Wilton Wilney Nascimento Padilha. Irão compor a banca examinadora os docentes doutores Paulo Floriani Kramer (Titular Externo – ULBRA), Ana Maria G. Valença (Titular Externa – UFP), Catarina Ribeiro Barros de Alencar (Titular Interna – UEPB), Sérgio d’Ávila Lins Bezerra Cavalcanti (Titular Interno – UEPB), Ricardo Dias de Castro (Suplente Externo – UFPB) e Edja Maria Melo de Brito Costa (Suplente Interna – UEPB).
Texto: Tatiana Brandão