Seminário promovido na Universidade Estadual debate temas relacionados ao combate da tuberculose
Uma doença que se pensava erradicada, mas que ainda assombra a população brasileira e que merece atenção constante no diagnóstico e tratamento, a tuberculose foi tema de um seminário realizado na manhã desta terça-feira (19), no Auditório do Departamento de Psicologia, em Bodocongó, pelo Grupo de Pesquisa em Tuberculose da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB),
O evento, que reuniu médicos, enfermeiros, gerentes de atenção e controle da tuberculose, além de alunos de graduação, ocorreu através de uma parceria entre a UEPB, Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba e Comitê Estadual de Tuberculose. Segundo a professora Tânia Ribeiro, coordenadora do Grupo de Pesquisa e organizadora desta segunda edição do seminário, a temática “A Paraíba livre da tuberculose” visa alertar às pessoas que a doença ainda existe e que a cada dia são diagnosticados novos casos, sendo necessário mais investimentos nas ações de controle e combate.
Anna Stella Cysneiro, chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Paraíba, apresentou o cenário da tuberculose no Estado, onde só no último ano foram registrados 1.302 novos casos de infecção, além de 73 registros de morte decorrentes do contágio e avanço. “Sabemos que esses dados ainda são parciais, pois muitos dos casos inicialmente examinados não seguem acompanhados”, afirmou a médica.
Esta falta de continuidade do tratamento deriva, em grande parte, da recusa do paciente em tomar as medicações três vezes por semana até o fim do tratamento, que leva cerca de seis meses até sua conclusão. “Por ser um tratamento prolongado, ainda há resistência da população em continuar. Alguns pacientes se sentem melhor no primeiro mês e já querem abandonar o tratamento, o que é um grande problema”, afirmou Jaime Araújo, médico infectologista do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG), que ministrou a palestra “Diagnóstico clínico e condutas da tuberculose em adultos”.
Apesar de cerca de 90% das notificações acometerem adultos (que podem apresentar como sintomas tosse persistente por mais de três semanas, perda de peso, febre vespertina e sudorese noturna), a tuberculose também acomete crianças expostas aos riscos, mas é prevenível, evitável e curável. “Muitas vezes os adultos afetados – pais, avós e cuidadores – estão em contato contínuo com as crianças, que também acabam contraindo a doença. O diagnóstico delas é mais difícil, porque não se consegue fácil as amostras precisas, mas o tratamento da criança é necessário e semelhante ao do adulto, leva o mesmo tempo até o término, só muda a dosagem do medicamento”, explicou Tatiana Batista, médica infectologista pediátrica do HUAC, responsável pela palestra “Diagnóstico e condutas da tuberculose infantil”.
Ao longo da manhã, ainda foram apresentados os temas “Diagnóstico laboratorial da tuberculose: desafios para a Saúde Pública”, por Bergson Vasconcelos, bioquímico e coordenador da bacterioscopia do Laboratório Central da Paraíba; “Importância do tratamento diretamente observado”, professora Tânia Ribeiro; e “Diagnóstico laboratorial da tuberculose no LAC/UEPB”, pela professora Maricelma Ribeiro Morais, membro do comitê estadual da tuberculose da Paraíba, além de dois relatos de experiência, por Maria Aparecida Pinto e integrantes do Grupo de Pesquisa.
UEPB facilita diagnóstico rápido
Representando o reitor Rangel Junior no evento, o professor José Pereira, pró-reitor de Extensão, lembrou a importância dos serviços prestados pela Universidade através de seus laboratórios e grupos de pesquisa. Na Instituição, uma ação formulada a partir do Departamento de Enfermagem, Laboratório de Análises Clínicas (LAC) e Grupo de Pesquisa em Tuberculose, oferece toda uma estrutura e material necessário para realizar os testes rápidos de diagnóstico da tuberculose e em menos de 30 minutos o paciente já sabe se é portador, podendo ser encaminhado ao tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Este é um serviço extremamente importante para tentarmos erradicar a tuberculose do Estado da Paraíba. Reconhecemos nele uma pertinência social enorme, por meio de uma parceria com o Governo do Estado, e já é possível realizar testes rápidos e encaminhar o paciente ao tratamento correto, porque a tuberculose tem cura. Unimos o conhecimento e a pesquisa da Universidade ao serviço da Saúde do Estado”, concluiu o pró-reitor.
Texto e fotos: Giuliana Rodrigues
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