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Projeto de extensão da UEPB ajuda a melhorar qualidade de vida de pacientes com Alzheimer
Um projeto de extensão desenvolvido pelo Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) tem ajudado a melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos do mal de Alzheimer. Batizado de “Neurosard Alzheimer: cuidado do paciente com demência e seu cuidador”, o projeto coordenado pela professora Valéria Ribeiro Nogueira Barbosa consiste na assistência gratuita aos portadores da doença de Campina Grande e região. São sessões de Fisioterapia que ajudam os pacientes a melhorarem os movimentos do corpo e a autoestima.
Os atendimentos são realizados todas as terças, quintas e sextas-feiras, a partir das 14h, na Clínica Escola de Fisioterapia, no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Câmpus de Bodocongó. O projeto, em execução desde 2013, trabalha com a parte de motricidade e cognição. Dentro da parte de motricidade, são trabalhados o equilíbrio, a força e o estímulo a prática de atividades diárias. Em relação à cognição, são desenvolvidos testes para estimular os pacientes em atividades de memória e identificação de determinados objetos.
Atualmente, 21 pacientes de Campina Grande, Lagoa Seca, Alagoa Nova, Esperança, Queimadas, entre outros municípios, são assistidos pelo projeto. Os resultados têm surpreendido. Os pacientes, a maioria com idade acima dos 60 anos, têm ficado mais ativos, espertos e demonstrado maior vontade de viver. “Ao invés de ficarem em casa, muitas vezes apenas em frente da televisão, eles estão participando de atividades que ajudam a ter uma melhor qualidade de vida”, destaca a professora Valéria.
Além das atividades desenvolvidas pelos alunos do Departamento de Fisioterapia, sob a coordenação de professores, muitos idosos também são assistidos pela neurocirurgiã da Clínica da UEPB, Gilma Serra Galdino. Isso ocorre quando eles chegam ao projeto sem o devido acompanhamento de um médico neurologista. Nesse caso, é solicitada uma consulta com a neurocirurgiã.
Segundo a professora Valéria, boa parte da população idosa do país não sabe que possui a doença, sendo necessário mobilizar a população para a necessidade de um diagnóstico precoce, prevenção e cuidados necessários. Prova disso é que, no ano passado, a coordenação do “Neurosard Alzheimer” realizou uma ação educativa no Parque da Criança com o intuito de fornecer informações sobre a doença. Em apenas um dia de ação, 150 pessoas foram avaliadas, das quais 40 foram atestadas com o Alzheimer.
Cuidar de uma pessoa com Alzheimer é um desafio para qualquer família. As mudanças são significativas e precisam ser compreendidas e incorporadas na rotina familiar. Por isso, o projeto da UEPB também presta assistência aos “cuidadores”. Segundo a professora Valéria Ribeiro, a maior carga de estresse é do cuidador que precisa estar à disposição permanentemente do paciente.
O Alzheimer é a doença mais comum que provoca demência em idosos. No Brasil, a estimativa é que, hoje, a doença atinja cerca de 1,2 milhão de pessoas com mais de 65 anos e, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), esse número tende a dobrar até 2030. A professora Valéria explica que a lesão do Alzheimer é um processo lento e degenerativo e acontece em uma determinada região do cérebro que é o “hipercampo”. A doença tem três níveis: moderado, leve e grave. O comportamento do paciente viária de acordo com cada nível. Na Clínica da UEPB, são assistidos os pacientes com a doença nos níveis leve e moderado. “A Fisioterapia trabalha para retardar a piora da doença. Ela retarda o processo. A gente não impede, mas ‘empurra para frente’ os efeitos”, ressalta a professora.
Como se trata de um projeto de extensão, a iniciativa também conta com a participação de estudantes do curso de Fisioterapia. A cada semestre, pelo menos 12 estudantes são selecionados para ajudar a melhorar a qualidade de vida dos portadores de Alzheimer. Para isso, eles recebem treinamento com orientações sobre como se comportar nos atendimentos.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Givaldo Cavalcanti
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