Projeto de dança e natação inclusiva encerra semestre de atividades com apresentação pedagógica
Após seis meses de atividades aquáticas e de salão com foco no desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social, o projeto de extensão “Dança e Natação Inclusiva para Usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Por Que Não Eu?”, encerrou suas práticas semestrais com uma apresentação pedagógica. A reunião envolvendo todos os professores ligados à iniciativa, assim como alunos e usuários aconteceu na tarde desta quinta-feira (3) no Departamento de Educação Física (DEF) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Na ocasião, foram distribuídas toalhas bordadas como brindes para todos.
O objetivo da apresentação foi avaliar todas as atividades desenvolvidas no projeto ao longo do semestre 2016.2, que oferecou dança e natação no tratamento de 17 crianças e jovens que sofrem com desconfortos mentais. A iniciativa propõe incluir qualidade de vida aos usuários, além de funcionar como instrumento de desenvolvimento científico para sete estagiários que são estudantes do curso de Educação Física da UEPB.
De acordo com a professora Sidilene Gonzaga de Melo, coordenadora do projeto, a atividade recreativa a qual o “Por Que Não Eu?” dispõe permeia entre a melhora da capacidade física e motora dos usuários, ao desenvolvimento de outras funções importantes para essas crianças e jovens, como o estabelecimento da confiança no outro, a socialização e a afetividade. Todos os exercícios são desenvolvidos na piscina e em salas do DEF com o acompanhamento direto dos alunos e supervisão dos professores.
“Nossa intenção é oferecer mais uma importante ajuda para o tratamento desses jovens que são acompanhados pelo CAPS do Alto Branco, aqui em Campina Grande. Essas atividades são complementares, uma vez que a prática esportiva contribui muito para a qualidade de vida de todos. Nós não os ensinamos a nadar ou dançar, e sim a desenvolver uma atividade recreativa que melhore sua respiração, concentração, desenvolvimento motor e físico”, explicou a coordenadora do projeto que funciona desde 2013.
Estagiária do projeto, a estudante do 2º período, Ana Luíza Melo, foi a responsável por realizar a apresentação pedagógica e destacou o quanto os usuários evoluem em diversas áreas a medida que participam das atividades. “Nós vemos a evolução de todos, seja na parte motora ou afetiva. São resultados que não deixam apenas as famílias felizes, mas nós também. E tudo isso nos ajuda em nossa formação e qualificação como professor, além da satisfação como pessoa de poder contribuir para a qualidade de vida deles”, disse a aluna.
A dona de casa, Rosa Maria Gomes, mora no bairro de Santa Rosa, e desde o ano passado traz a filha de 14 anos para participar do projeto. Ela não esconde a satisfação em ver a melhora da filha que teve meningite aos oito meses, e após estar inserida nessas atividades conseguiu evoluir nos aspectos físicos e sociais. “Como ela ficou doente muito cedo, o desenvolvimento dela ficou bastante atrasado. Com essas atividades ela consegue ter mais coordenação motora, fica satisfeita quando participa das aulas na piscina e ainda melhorou bastante a qualidade de vida no quesito social. Eu estou muito feliz e satisfeita com o resultado, pretendendo continuar trazendo ela durante muito tempo”, disse a mãe.
Com o encerramento desse semestre, a professora Sidilene Gonzaga afirmou que o próximo passo começa com a possibilidade de formar uma nova turma para atender ainda mais usuários do Centro de Atenção Psicossocial. “O semestre 2017.1 começa no dia 21 de agosto. Após essa data nós vamos definir quando as atividades do projeto retornarão e com uma grande possibilidade de termos uma nova turma para atendermos ainda mais crianças e jovens que são usuários do CAPS”, projetou a professora Sidilene.
Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti