Profissionais mostram como a Fisioterapia pode atuar para melhorar a qualidade de vida dos pacientes
A Fisioterapia atua para aliviar a dor, proporcionar qualidade de vida a população, prevenir doenças oncológicas e garantir uma sobrevida aos pacientes que estão com quadros clínicos graves. O uso dos mais sofisticados recursos tecnológicos, associados a exercícios que favorecem o tratamento dos diversos tipos de câncer foram amplamente debatidos por renomados profissionais no último dia do 1º Congresso Nacional de Fisioterapia na Saúde da Mulher e do Homem, evento que aconteceu simultaneamente ao 2º Congresso Internacional de Fisioterapia em Pelviperineologia (CONFIP), 13º Encontro Nordestino de Fisioterapia na Saúde da Mulher (ENFISM) e 5º Encontro Nordestino de Fisioterapia na Saúde do Homem (ENFISH), realizados pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através do Departamento de Fisioterapia da Instituição.
O evento de nível internacional e com conferências de grande impacto, abordando o que existe de mais moderno nos tratamentos da Fisioterapia, terminou neste sábado (25), no Auditório do Hotel Slaviero Essential, em Campina Grande. O último dia das atividades foi marcado por palestras, mesas redondas e apresentação de trabalhos científicos. Os trabalhos do sábado foram abertos pela professora da Unicamp, Juliana Lenzi, que proferiu a palestra “Eletroterapia na Oncologia, qual a segurança?”. Juliana enfatizou que o uso Eletroterapia na Oncologia significa uma quebra de paradigma, visto que, bem recente, tradicionalmente todas as formas de correntes elétricas eram contraindicadas nos pacientes. Ela focou na saúde da mulher, destacando o uso da Eletroterapia para ajudar nas respostas das terapias antineoplásticas como as radiodermite, as mucosites e a neorepatia periférica induzida. “No momento, estamos vendo que esses recursos vieram para beneficiar os pacientes, sendo realizados com segurança”, disse.
As estratégias da Fisioterapia Pélvica no tratamento da disfunção neurogênica do trato urinário inferior foram abordadas pela doutora Laise Veloso, da Universidade Federal de São Paulo. A incidência desse problema é alta no Brasil e afeta principalmente os pacientes que foram acometidos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros problemas. Diante de um tema atual, a pesquisadora explicou que as pessoas que sofrem AVC têm comprometimento miccional em função dos danos causados na bexiga. Em sua palestra, Laise Veloso mostrou como a Fisioterapia tem ajudado os pacientes a ter uma melhor qualidade de vida, melhorando a continência urinária deles, para que não fiquem perdendo urina o tempo inteiro. “Os tratamentos mais descritos na literatura, com maior evidência científica, são os exercícios perineais, treinamentos musculares e aplicação de corrente elétrica pensando na neuromodulação”, explicou.
Os diversos tipos de tratamentos que favorecem a reabilitação no assoalho pélvico masculino e feminino foram apresentados pela doutora e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Elizabel Viana. Em sua conferência, ela falou da importância do tratamento, do conhecimento dos fatores de risco e das terapêuticas utilizadas hoje pela Fisioterapia Pélvica para recuperação dos pacientes com disfunções. Elizabel mostrou que, embora seja recente, a Fisioterapia Pélvica tem contribuído para melhorar a qualidade de vida das mulheres e recuperar muitos pacientes com as chamadas doenças sociais. Esse tipo de doença, conforme destacou a professora, causa afastamento dos pacientes das atividades profissionais e até os leva ao isolamento.
O uso da Fisioterapia nas disfunções anorretais foi abordado pela fisioterapeuta Iane Castro. Em sua participação, ela mostrou quais são as principais disfunções que ocorrem na população e disse que a Fisioterapia tem atuado com prevenção junto aos pacientes. Esse trabalho é realizado por meio de orientações e técnicas mais específicas para auxiliar os pacientes a evacuar de forma correta. As orientações passam pela ingestão de líquidos, alimentação e o posicionamento evacuatório.
A manhã do sábado foi marcada ainda pela mesa redonda “O papel do fisioterapêutico obstétrico: experiência na equipe multidisciplinar”, coordenada pelas fisioterapeutas Yasmyne Martins e Bárbara Rose. Coordenadora geral dos quatro encontros, a professora da UEPB, Socorro Barbosa, fez uma avaliação positiva do evento e disse que todas as atividades extrapolaram as expectativas. O número de inscritos, previsto em 250 participantes, ultrapassou as 300 inscrições. Socorro Barbosa destacou o alto nível das palestras e disse que todos os temas mostraram como o Curso de Fisioterapia da UEPB está atualizado e não deixa nada a desejar aos cursos dos grandes centros.
“O que a gente nota é que o Encontro superou nossas expectativas. A UEPB tem trabalhado em eventos com qualidade, palestras de alto nível, temas diversificados e debates de nível internacional”, frisou. Socorro Babosa ressaltou que o Encontro proporcionou uma ampla abordagem por especialistas renomados em áreas como sexualidade, oncologia, assoalho pélvico, obstetrícia, trabalho em parto, entre outros temas. Ela destacou a satisfação dos participantes e os elogios dos congressistas.
Nnovidades no atendimento fisioterápico
Uma das contribuições mais significativas que eventos científicos oferecem é a possibilidade de reunir profissionais capacitados para trocar experiências e apontar o que de mais atual está sendo discutido e utilizado na área. E durante os três dias do CONEFISMH não foi diferente. Além de realizar palestras, mesas redondas e rodas de conversa, o evento ainda apresentou técnicas de atendimento fisioterápico mais atuais, sejam elas aplicadas em hospitais, consultórios ou clínicas escolas.
De acordo com a professora Carminha Pinto, membro da Coordenação do Congresso Nacional de Fisioterapia na Saúde da Mulher e do Homem, as pesquisas de evidências científicas ainda são muito carentes, o que instigou a organizar um evento que trouxesse opiniões de profissionais que estão trabalhando com pesquisa acadêmica e que podem oferecer uma abordagem mais ampla entre os vários temas abordados nesta edição.
“Nossa ideia foi trazer opiniões de profissionais baseados na experiência clínica e científica e fazer uma discussão, uma análise do atendimento que nós prestamos na área, além de informar melhor os nossos alunos que participaram do congresso. E esse objetivo foi alcançado. Conseguimos juntar as informações que esses profissionais renomados trouxeram para podermos comparar com o que nós fazemos aqui e melhorar a prestação do nosso atendimento, seja ele na sala de aula ou na assistência que oferecemos à sociedade”, explicou a professora.
Sobre o atendimento oferecido, Carminha se referiu aos projetos desenvolvidos pela Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB, que presta assistência em diversas áreas da saúde da Mulher e do Homem. “Muitos desses atendimentos que aprofundamos durante o Congresso já são oferecidos na Clínica Escola. O que fizemos aqui foi tentar analisar se o que nós fazemos é o que é feito lá fora. Vimos que não existe nenhuma diferença, mas que existem novidades. E essas novidades foram experiências boas para que possamos aplicar esses tipos de atendimentos na Clínica Escola”, acrescentou.
O Congresso Nacional de Fisioterapia foi encerrado na tarde deste sábado (26), com palestras sobre a Doença de Peyronie, Fisioterapia na gestação, Gameterapia Pélvica, Políticas públicas na Saúde da Mulher, Uso do Epi-No, além de uma mesa redonda sobre a Associação Brasileira de Fisioterapia na Saúde da Mulher. Também foram realizados sorteios de brindes para os participantes e uma avaliação do evento por parte dos membros da organização do 1º CONEFISMH.
Texto: Severino Lopes e Givaldo Cavalcanti
Fotos: Givaldo Cavalcanti
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