Mostras Científica e de Estágio do DEF são encerradas com palestras sobre capoeira e educação indígena
Dentro da programação dos 40 anos de existência do Departamento de Educação Física (DEF) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), foram realizadas durante esta semana, no Câmpus de Campina Grande, a 8ª edição da Mostra Científica e a 5ª Mostra de Estágio do DEF. Os eventos reuniram cerca de 200 estudantes e diversos e professores dos cursos de Licenciatura e de Bacharelado em Educação Física, que tiveram a oportunidade de desenvolver atividades que são vivenciadas a partir de pesquisas acadêmicas, bem como aquelas realizadas a partir das experiências em salas de aulas.
Palestras, mesa redonda, apresentações de experiências de componentes curriculares em forma de banneres, defesas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), Festival de Corridas, minicursos e apresentações culturais compuseram a programação das Mostras. No total foram apresentados 50 projetos de alunos de Licenciatura e Bacharelado, além de 40 banneres com iniciativas das experiências vivenciadas pelos alunos durante os estágios.
Chefe do Departamento e uma das coordenadoras das Mostras, a professora Dóris Nóbrega disse que as iniciativas superaram as expectativas e, mais uma vez, envolveram estudantes e professores do DEF, encerrando em grande estilo o semestre letivo. “Durante a semana procuramos discutir a importância de estarem atrelados o Ensino, a Pesquisa e a Extensão na produção dos conhecimentos”, frisou.
A professora Jozilma de Medeiros Gonzaga coordenou a mesa redonda “O papel da monitoria na formação do aluno”. Ela contou que os seis relatos de experiência apresentados por alunos das diversas disciplinas foram bastantes proveitosos. Os estudantes tiveram a oportunidade de expor a importância das monitorias na formação profissional. “Tivemos diversas experiências bonitas. Hoje, nossos alunos estão mais preparados para a docência e têm uma nova visão do que é ser professor. Eles conseguem perceber que ser professor não é apenas estar em sala de aula, mas ser um mediador que dialoga e se aproxima do aluno”, destacou. Segundo a professora, a experiência de monitoria ajudou os alunos a decidir de forma convicta que querem a vivência escolar.
Um dos destaques da semana foi a Mostra de Dança, coordenada pela professora Elaine de Melo Brito Costa. Os alunos do 2º período, distribuídos em seis grupos, tiveram a oportunidade de visitar quatro escolas públicas, sendo três em Campina Grande e uma em Pocinhos, para desenvolver ações de Educação Física e Dança. Na ocasião, eles apresentaram algumas experiências pedagógicas no ensino das danças com a base de nacional curricular. “Eles foram nas escolas operacionalizar o que aprenderam em sala de aula. Foram compartilhar experiências de forma proveitosa”, salientou Elaine.
Como culminância dos trabalhos realizados nas escolas públicas de Campina Grande, os alunos do curso em Licenciatura dos 5º, 6º, 7º e 8º períodos aproveitaram a semana para realizar a 5ª Mostra de Estágio Supervisionado do DEF. Coordenador de Estágio Supervisionado, o professor Ivanildo Alcântara de Sousa, disse que as vivências apresentadas surpreenderam pelo nível dos trabalhos produzidos. No total, foram apresentados 25 trabalhos que envolveram mais de 120 alunos e diversos professores que atuam como supervisores no Estágio I (Educação Infantil), Estágio II (Ensino Fundamental), Estágio III (Ensino Médio) e Estágio IV, no campo não formal.
Um dos destaques da Mostra foi o Festival de Corridas, que ocorreu na última quinta-feira (7), por parte da extensão do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Mais de 90 atletas, entre professores, técnicos e alunos participaram da corrida. O último dia do evento, sexta-feira (8), foi marcado pelas palestras “Capoeira da Educação Básica: educando para relações étnico-raciais na formação de professores”, ministrada pela professora Ana Claúdia Dias Ivazaki, e “Educação Indígena e Educação Física”, pela professora Miriam Gomes do Nascimento.
Ana Claúdia Dias Ivazaki apresentou o resultado de sua pesquisa de Mestrado, baseada na capoeira de educação infantil, que pode ser trabalhada por professores dentro do currículo na vivência pedagógica. Enquanto manifestação cultural brasileira, a capoeira, segundo a professora, precisa ser debatida no ambiente educacional formal. Conforme a pedagoga, muitos profissionais não têm conhecimento sobre o tema e só obtêm informações através da formação continuada. “A capoeira é uma manifestação afrobrasileira e patrimônio imaterial da humanidade”, salientou.
Já a professora Miriam Gomes do Nascimento fez uma apresentação da trajetória da educação indígena nas escolas da Paraíba. Coordenadora pedagógica da escola Akajutibiro, localizada em Baia da Traição, e integrante da organização dos professores indígena, a professora disse que seu desafio é fortalecer a identidade e a cultura potiguara. A docente, que também é índia, falou de resistência e lutas que podem ser transformadas a partir da educação.
Para ela, ainda existem resistências para se trabalhar a temática indígena nas escolas, mas, aos poucos, os “muros têm sido derrubados” e garantida a preservação da cultura. Sobre a ligação com o DEF, ela disse que o curso da UEPB pode ajudar a trabalhar alguns movimentos culturais uados em danças em rituais sagrados dos índios. “Hoje, temos professor de Educação Física que trabalha com a modalidade de jogos indígenas”, destacou”. Atualmente, existem 32 aldeias potiguaras na Paraíba, distribuídas nas cidades de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Givaldo Cavalcanti
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