Exposição de projetos do Laboratório de Ciências e Tecnologia em Saúde aborda prevenção e combate ao câncer
Os números de pessoas acometidas com algum tipo de câncer na Paraíba assistidas pela Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), em Campina Grande, são preocupantes e ultrapassam os 18 mil casos. A elevada incidência chamou a atenção do Grupo de Pesquisa do Laboratório em Ciência, Tecnologia e Saúde (LCTS), do Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que tem desenvolvido relevantes projetos e pesquisas voltados para a prevenção e combate da doença.
Coordenado pela professora Railda Shelsea Tavares Rocha do Nascimento, o grupo envolve estudantes não apenas do curso de Fisioterapia, mas de outros cursos do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) e do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Os trabalhos envolvendo 64 alunos, com foco na oncologia, foram apresentados em diversos congressos de Fisioterapia do país, a exemplo do 5º Congresso Brasileiro em Oncologia e do 1º Congresso de Oncologia Interdisciplinar da Paraíba (CONINTER/PB).
O resultado desse trabalho pode ser conferido em uma exposição em forma de painéis montada no Hall do Prédio Administrativo da UEPB, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande. Estão expostos trabalhos que envolvem avaliação de casos de câncer, estudos epidemiológicos e demandas de casos na área oncológica. Ao todo, 28 trabalhos incluindo três premiados no 1º CONINTER/PB, duas patentes e dois software registrados integram a exposição aberta ao público até esta sexta-feira (15). “A exposição desses trabalhos se deu como forma de dividirmos com a comunidade acadêmico-científica a produção do Laboratório de Ciências e Tecnologia no ano de 2017”, observou a professora Railda.
Dos 28 trabalhos expostos, destaque para o projeto “Aspectos Sociodemográficos, Epidemiológico e Funcionais de Indivíduos com Câncer de Mama”, elaborados pelas estudantes Karoline do Carmo Costa e Adelane César de Azevedo; “Neoplasias de Cavidade Oral: Achados Sociodemográficos, Epidemiológicos e Clínicos”, desenvolvido pela estudante Josicléia Leôncio da Silva; e “Novas Tecnologias: Do Tratamento Convencional à Reabilitação Virtual”, elaborado pela estudante Marieliza Araújo Braga. Os três projetos, orientados pela professora Railda Shelsea, foram premiados no 1º CONINTER/PB.
O trabalho de Josicléia Leôncio da Silva obteve a nota máxima no Congresso. A futura fisioterapeuta não esconde a satisfação pela premiação e por fazer parte da exposição. “Estou muito feliz em fazer parte desse projeto que envolve profissionais das mais diferentes áreas. Eu só aprendo e, ao mesmo tempo, produzo um benefício a população oncológica. É gratificante produzir pesquisas que futuramente vão ser revertidas em políticas públicas”, destacou a aluna.
Em seu trabalho realizado em 2013 e 2014, ela fez um levantamento do perfil do paciente com câncer de cabeça e pescoço. Ou seja, pegou todos os prontuários e selecionou dez variáveis para tentar descobrir as causas, forma de tratamento e incidência de mortalidade. Um dos chamamentos da exposição é para o câncer de pele, considerando que dezembro é marcado por uma campanha de conscientização em torno da doença. Embora no momento, o trabalho esteja voltada para ao câncer de pele, o Laboratório trabalha com todos os tipos de câncer, como o de próstata, mama, colo, cabeça e pescoço entre outros.
O projeto Laboratório de Ciências e Tecnologia em Saúde desenvolve seu trabalho no Hospital da FAP, onde é prestada assistência a pacientes com câncer de mama e próstata. Esse laboratório envolve a demanda de vários projetos, a exemplo do de Epidemiologia, que é a fonte básica que subsidia as demais iniciativas científicas da UEPB em função dos indicadores que são produzidos. Outro projeto avalia a questão da fadiga e qualidade de vida dos pacientes com câncer durante o tratamento da doença. Em outra iniciativa, um grupo de estudantes e professores do curso de Fisioterapia trabalha com desenvolvimento de produtos e tecnologias de inovação.
Recentemente, a UEPB conquistou a patente de um sensor eletroquímico que avalia a glutationa de pacientes oncológicos. Glutationa é a proteína encontrada no corpo humano e que se configura como um poderoso antioxidante e desintoxicante protetor das células contra os radicais livres. O LTCS também está trabalhando com um outro equipamento que avalia o ácido lático, considerando que o paciente oncológico tem uma fadiga sistêmica.
Segundo a professora Railda, a maior incidência em termos de câncer feminino é o de mama, enquanto que entre os homens o câncer de próstata lidera as estatísticas. “Nós elegemos os cânceres mais incidentes para fazer o chamamento, embora todos os tipos de câncer precisem ser esclarecidos pela sociedade”, disse. Como culminância dos trabalhos do Laboratório no ano de 2017, a equipe pretende fazer um apelo à sociedade em torno do caráter preventivo da doença e, em especial, para a necessidade de implementação de políticas públicas de atenção à saúde nessa área.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Givaldo Cavalcanti
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