Dependência química é discutida em Fórum realizado pelo Núcleo de Educação e Atenção em Saúde da UEPB

4 de dezembro de 2018

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Reduzir o número de dependentes químicos e das consequências negativas geradas pelos vícios têm sido tarefas complexas, encaradas principalmente nas grandes cidades. Com foco nas “políticas de cuidados” desse grupo específico, o Núcleo de Educação e Atenção em Saúde (NEAS) da Universidade Estadual da Paraíba iniciou, na manhã desta terça-feira (4), no Centro Artístico Cultural da UEPB, o 4o Fórum de Controle da Dependência Química da Cidade de Campina Grande.

De acordo com a professora Clésia Pachú, coordenadora do evento, nos últimos anos tem sido registrado um avanço no que se refere aos cuidados da saúde do dependente químico, gerado através das práticas integrativas complementares, voltadas ao autoconhecimento do indivíduo e ao fortalecimento através de meditação, do relaxamento, entre outras rotinas alternativas.

Além da discussão no âmbito acadêmico, que ocorre até o encerramento do Fórum, os integrantes do NEAS mantêm parcerias permanentes com algumas comunidades terapêuticas do município, como a Casa Nova Redenção, a Fazenda do Sol, ONG O Resgate e Homens de Cristo, além de um trabalho realizado junto ao Caps AD (álcool e drogas) Infanto Juvenil.

“Também fazemos a parte de prevenção e promoção da saúde no Terminal de Integração de Ônibus de Campina Grande, onde conversamos com as pessoas acerca do tabagismo, do alcoolismo e sobre doenças crônicas, que muitas vezes deixa o indivíduo atordoado e faz com que ele utilize drogas para alcançar prazer”, acrescentou a professora Clésia.

Palestrante do 4o Fórum de Controle da Dependência Química, o fisioterapeuta Alysson Lucena Lira, técnico da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande (SMS), apresentou as propostas da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, um serviço que será inaugurado no Centro de Referência do bairro José Pinheiro, com capacidade de atendimento semanal de até 100 pessoas e que promete utilizar práticas ou terapias naturais, contemplando atividades para o corpo e mente, convenientes às pessoas com algum tipo de dependência química. “Nossa proposta foge ao padrão normal de medicar o paciente, pois o Centro de Terapias e Formação envolverá, por exemplo, acupuntura, massoterapia oriental, shiatsu, fitoterapia brasileira e chinesa, homeopatia, Heiki, entre outras”, disse Alysson Lucena.

Também compartilhando propostas alternativas para ocupar as mãos e a mente, Álvaro (Vavá) Teixeira, coordenador da ONG O Resgate, apresentou o trabalho que vem sendo realizado com seu grupo de dependentes químicos. “Para a recuperação dessas pessoas, a manutenção é diária. Incentivamos o artesanato como terapia ocupacional, a realização de cursos, a profissionalização e a preparação para o mercado de trabalho, para a vida fora da ONG”, frisou.

As artes manuais, como camas de cachorro feitas com pneus reciclados e encadernações artesanais, foram expostas no evento. Tudo que é arrecadado com a venda desses produtos é revertido para as atividades da própria organização, com a finalidade de recuperar novas pessoas.

Oficinas

Dentro das atividades da tarde do primeiro dia do Fórum, contou a oficina “Cultura de Paz”, ministrada pela enfermeira Isabel cristina de Arruda, especialista em Saúde da Família. Ela coordena, em Campina Grande, o “Consultório na Rua”, um programa estratégico do Ministério da Saúde para redução de danos e atendimento de toda a população em situação de rua, usuários ou não de álcool e outras drogas. “Proporcionamos o acesso aos serviços de saúde e encaminhamos a outros, como educação, assistência social, acolhimento e direcionamento a lares, benefícios, empregos, documentação, entre outros. Nosso trabalho é itinerante e a intenção é colocar essas pessoas de volta à rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explicou Isabel.

Além dessa, estão sendo ministradas as oficinas “Massoterapia”, “Yoga” e “As tecnologias leves no trabalho com a saúde mental”. O encerramento do evento acontecerá na tarde da quinta-feira (6), com a defesa dos trabalhos dos integrantes do NEAS, do Programa de Educação e Prevenção ao Uso de Álcool e outras Drogas (PEPAD) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde / Doença e Direitos Sociais (GEPSADDS).

Texto e fotos: Giuliana Rodrigues

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