Departamento e Centro Acadêmico de Enfermagem da UEPB promovem palestra sobre saúde mental e suicídio

25 de setembro de 2018

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O Departamento de Enfermagem e o Centro Acadêmico “Ação e Compromisso” da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) realizaram, na tarde desta segunda-feira (24), um debate intitulado “Setembro Amarelo: um diálogo sobre saúde mental e suicídio”, alusivo ao mês mundial de prevenção ao suicídio. Graduandos de diversos cursos da área de saúde participaram do evento, que aconteceu no Auditório III da Central de Integração Acadêmica (CIA), no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande.

Participaram como debatedores a professora, enfermeira e psicóloga Maria Mércia de Paiva Gaudêncio, e o professor de Enfermagem especialista em Saúde Mental, José Evandro Soares. Também estiveram presentes as alunas Marília Gabriela de Oliveira, representante dos discentes, e Ana Paula Alves, representante do Centro Acadêmico de Enfermagem, além da professora Ardigleusa Coelho, coordenadora adjunta do curso.

Criado em 2015 pelo Centro de Valorização à Vida (CVV), o Setembro Amarelo figura como uma das mais relevantes campanhas brasileiras de prevenção ao suicídio. Segundo Mércia Gaudêncio, a ação vem crescendo a cada ano, especialmente em virtude do maior número de casos de suicídio. “A medida que a mídia trabalha o tema, cresce também o conhecimento, a reflexão, as discussões e a busca de soluções pela população. Trabalha-se na campanha a prevenção a partir do diálogo, um tema que ainda é difícil para muitas pessoas, mas conforme conseguimos falar a respeito, lidamos melhor com os instrumentos preventivos”, explicou.

A professora aponta que um dos problemas é que não há no país uma política nacional de prevenção ao suicídio, sendo este apenas uma pauta no campo da Saúde Mental e, mesmo com campanhas efetivas de alertas, ainda existe grande dificuldade em atender às demandas que surgem a partir delas, pois o Estado não é bem equipado com estrutura e profissionais suficientes para atender com qualidade os pacientes com problemas psicológicos.

Constam como grupos expostos aos fatores de risco os usuários de drogas, pessoas em estado de vulnerabilidade social ou que sofrem questões individuais como tentativas anteriores de suicídio, momentos de crise econômica ou instabilidades sociais, perda de parentes, falta de noções claras de limites, entre outras. Identificadas as características de risco, é importante a atuação da família e dos amigos que se preocupam com o bem-estar e com a vida destes possíveis pacientes, para que o suicídio seja prevenido. “Daí a necessidade do diálogo, da quebra do silêncio com a pessoa que apresenta sinais de depressão. Cada um precisa ser veículo para a ideia de que é necessário buscar apoio profissional para a cura”, destacou Mércia Gaudêncio.

O professor Evandro Soares lembrou que o desencadeamento de processos depressivos, sofrimentos psíquicos e melancolias decorre de traumas ou perdas ocorridas ainda na infância, sendo necessário desde muito cedo um suporte familiar, social ou profissional para que todos passem da melhor maneira por esses processos. “Percebemos um distanciamento dos pais do papel da maternidade ou paternidade, do brincar. Hoje os pais não brincam mais com as crianças e substituem a atenção humana por meios eletrônicos, a presença por uma foto e o carinho por curtidas nas redes sociais”, afirmou. Para ele, as crianças sentem falta das relações maternas e paternas, sendo necessário incluir mais brincadeiras no dia a dia e maior atenção durante a infância, para que elas passem por todas as fases de maneira tranquila e sem oferecerem riscos a sua própria existência.

Texto e fotos: Giuliana Rodrigues

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