7ª Semana de Geografia do CH tem início com debate sobre o cenário político brasileiro

5 de dezembro de 2017

Com o tema “Desafios e perspectivas da ciência geográfica frente ao cenário sociopolítico brasileiro”, tiveram início, nessa segunda-feira (4), no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, as atividades referentes à 7ª Semana de Geografia (SEMAGEO). Trata-se de um evento que tem a interdisciplinaridade como característica fundamental, predominando a troca de saberes e experiências entre estudantes, professores e pesquisadores de diferentes áreas das Ciências Humanas.

Coordenada pelo Centro Acadêmico de Geografia Professor Milton Santos, em parceria com o Departamento de Geografia do Centro de Humanidades (CH), a iniciativa, que convida a comunidade acadêmica para pensar em possíveis caminhos e propostas que defendam e exerçam uma geografia cidadã, foi prestigiada por diversos docentes do Campus III, inclusive pelas professoras Luciene Vieira de Arruda e Ivonildes Fonseca, diretora adjunta do CH, que destacou a importância do evento para o fortalecimento e a ampliação de horizontes conceituais na esfera política.

Pautada por problemáticas que norteiam a conjuntura política contemporânea, a abertura da SEMAGEO se deu com a realização da mesa redonda “Geografia política e geografia no Brasil: os golpes e contra golpes e o neoliberalismo”, que teve como debatedor o professor Matusalém Lima da Silva, que atua na rede estadual de ensino; além dos docentes Agassiz de Almeida Filho e Belarmino Mariano Neto, ambos vinculados, respectivamente, aos Departamentos de Direito e Geografia do Centro de Humanidades.

Em sua explanação, o professor Matusalém tratou sobre o que ele denominou de nova roupagem da política neoliberal e de sua relação com as questões atuais, enfocando também a atuação dos meios de comunicação nesse processo: “A mídia vem desempenhando um papel de manipulação da realidade, ao maquiar números para transparecer uma estabilidade econômica e política, que é meramente aparente”, disse o docente.

Para o professor Agassiz, o contexto político que se vivencia hoje implica em pensar o futuro da Democracia no Brasil, reflexão que dever ter, segundo o docente, como ponto de partida o que ele classificou como “golpe de 2016” e “ruptura do regime democrático”, em referência ao impeachment presidencial ocorrido naquele ano. O professor, que é mestre em Direito Constitucional, considerou que é fundamental, na busca pela saída da crise política e institucional, o envolvimento da sociedade na tomada de decisões e na reconstrução da Democracia. “Não podemos ter Democracia sem a participação popular, esse elemento é essencial para o Estado democrático de direito”, frisou.

Já o Professor Belarmino Mariano Neto compartilhou sua experiência de militante político e seu conhecimento acadêmico ao traçar um quadro histórico das configurações geopolíticas de conjunturas nas quais os direitos e a Democracia se encontravam suspensos. Nessa direção, fez uma abordagem sobre governos militares, redemocratização no Brasil e o que se definiu como golpe no passado e como o conceito poderia ser aplicado aos acontecimentos recentes da história brasileira.

O chefe do Departamento de Geografia, professor Lanusse Tuma, parabenizou o Centro Acadêmico e os professores do Departamento de Geografia pelo empenho para transformar a SEMAGEO em um evento de grande relevância acadêmica e social. “Tem-se uma iniciativa cuja consolidação se torna evidente a cada ano. Com certeza, teremos uma semana produtiva, de muito debate e enriquecimento intelectual, tendo como base a geopolítica e a conjuntura que o Brasil enfrenta no momento”, disse Lanusse.

Por sua vez, o estudante Roberto Borges, um dos representantes do Centro Acadêmico Milton Santos, agradeceu a todos os envolvidos e destacou o grande interesse dos alunos do Centro de Humanidades e de outras instituições para participar do evento, demonstrando, segundo ele, a significância da sétima edição da SEMAGEO.

A programação, que segue até sexta-feira (8), é composta por minicursos, mesas redondas, Grupos de Trabalho e Aula de Campo. Clique aqui e obtenha mais informações.

 

Simone Bezerrill/Ascom-CH

Fotos: Jarbelle Bezerra