1º Encontro de Mulheres do Centro de Humanidades promove debate sobre o papel da mulher na história

9 de março de 2017

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, festejado nessa quarta-feira (8), o Campus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, reuniu estudantes, professores e ativistas sociais no 1º Encontro de Mulheres do Centro de Humanidades. A ideia do evento foi de propor um espaço de diálogos com foco no debate sobre os desafios e as adversidades enfrentados historicamente pelas mulheres.

Com o lema “Juntas somos mais fortes”, o encontro contou uma programação pautada por uma série de atividades acadêmicas e culturais. Além da exibição de documentário, recitais de poesia e apresentações de música e espetáculo teatral, foi realizada a mesa redonda “As mulheres da história: símbolos de luta e coragem”, cujas debatedoras expuseram reflexões e análises sobre a atual condição das mulheres no Brasil.

Dentre os temas recorrentes no debate estavam: crescente índice de violência contra a mulher, desigualdade de gênero no mercado de trabalho, assédio e desrespeito. A professora Sheila Gomes, do Departamento de Educação do CH, enfatizou a problemática que envolve exclusivamente a mulher negra. “Entre a população de mulheres, a negra sofre violência dupla, pois têm que combater cotidianamente o preconceito de gênero e a discriminação racial. Uma data como esta é importante para pensarmos em estratégias de luta em prol dos nossos direitos. Não podemos fechar os olhos para o que acontece em nossa volta”, disse a docente, que, na ocasião, representou o Núcleo de Estudos e Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do CH (NEABÍ-UEPB/CH).

A professora Danilla Aguiar, doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e integrante do Coletivo Artemíria, também deu uma contribuição significativa ao debate. A docente destacou que a ação das mulheres em busca de direitos e liberdade deve ser uma constante mediante os retrocessos que sempre são impostos pelas conjunturas políticas e sociais. Ela ainda fez um paralelo entre o protagonismo das mulheres durante a Revolução Russa de 1817 com o movimento grevista que mobilizou mulheres de 30 países nessa quarta-feira (8).

A estudante do Curso de Direito do Campus III e membro do Coletivo Pretas, Nájila Martins, fez uma reflexão sobre a importância de várias mulheres que deixaram um legado de luta e resistência para a história, tais como: Dandara dos Palmares, Teresa Benguela, Elizabete Teixeira, Margarida Maria Alves e Violeta Formiga. Por sua vez, a ex-aluna do CH, Emanuela Oliveira, graduada em História, relatou pontos da pesquisa que desenvolveu pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) no Núcleo de Documentação História do Centro de Humanidades. Ao se debruçar sobre 300 processos jurídicos propostos por mulheres da região, a pesquisadora detectou as possíveis formas de recriminação vivenciadas por essas mulheres.

O 1º Encontro de Mulheres do Centro de Humanidades visou refletir sobre a relevância de grandes ícones femininos que apresentam uma trajetória de enfrentamentos, visando uma sociedade mais justa e igualitária. Trata-se de uma iniciativa do Coletivo Violeta Formiga, grupo formado por estudantes de diferentes cursos do CH que objetivam levar para além da sala de aula e dos encontros semanais a discussão sobre as problemáticas que norteiam a realidade daqueles que são historicamente discriminados pela sociedade, tais como: mulheres e negros. Para os integrantes do Coletivo, é fundamental o combate pela defesa de direitos e efetivação da cidadania.

 

Simone Bezerrill/Ascom-CH