Universidade Estadual da Paraíba inicia construção de estação piloto para tratamento de água

17 de agosto de 2017

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A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) deu início a um projeto ousado que representará mais um passo em direção à boa prestação de serviço à sociedade paraibana, bem como a confirmação de sua capacidade de inovação e desenvolvimento. Foram iniciadas as obras para a construção da estação piloto de tratamento de água (ETA) que terá como objetivo desenvolver pesquisas voltadas à análise sobre a qualidade da água da região da Borborema. A iniciativa é fruto de uma parceria institucional entre a UEPB e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

A construção da ETA é a segunda parte do projeto que foi iniciado há quase dois anos e que vem sendo desenvolvido a partir de estudos voltados à qualidade da água nas estações de tratamento existentes nas cidades de Esperança, Areia, Bananeiras, Lagoa Nova, Ingá, Itatuba e Campina Grande. A partir da consolidação desse novo espaço serão realizados estudos para o desenvolvimento de técnicas de tratamento de baixo custo para remover microrganismos patogênicos que são persistentes ao tratamento convencional.

“A estação piloto de tratamento de água tem a função de avaliar a qualidade da água. Então teremos o tratamento convencional que consiste com a coagulação, floculação, decantação e filtração, mas, dependendo do resultado dessa avaliação, quanto menor for essa qualidade maior vai ser a questão do tratamento. A partir dessas análises definiremos quais serão as técnicas de tratamento mais adequadas em função da qualidade da água”, explicou Weruska Brasleiro, professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UEPB, apontando a diferença que essa averiguação poderá determinar ao final das análises.

“Hoje temos concepções de tratamento em função da vazão da água. Agora a gente quer mostrar que a qualidade é quem define essa função. Vamos implementar vários tipos de técnicas de tratamento e, dependendo dos resultados, vamos definir qual a técnica de melhor custo-benefício para atender aos padrões de qualidade”, acrescentou Weruska.

Ao todo, R$ 600 mil estão sendo investidos nesse projeto. O recurso vem sendo aplicado desde as análises das águas nas ETAs citadas anteriormente. A contrapartida da UEPB está fixada em um valor de R$ 20 mil, aplicados diretamente na construção da estação que ficará localizada ao lado do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), no Câmpus de Bodocongó. A continuidade desse projeto foi proposta pela Funasa, uma vez que, segundo a professora Weruska, o espaço terá condições de oferecer um serviço que até então é inédito nas regiões do Norte e Nordeste brasileiro.

“Hoje as nossas águas superficiais estão mais comprometidas devido ao lançamento de muitos efluentes industriais que têm uma toxidade muito grande, devido aos esgotos domésticos que não são tratados na maioria das cidades. Então, isso compromete a qualidade da água, já que o tratamento convencional não é mais suficiente. Esse estudo financiado pela Funasa é pioneiro, porque vai poder definir quais técnicas são mais adequadas para termos um tratamento mais eficaz”, disse.

Obras serão concluídas até o final do ano

Com as primeiras atividades já em desenvolvimento no canteiro de obras, o cronograma de serviço aponta para que até o final do mês de dezembro a estação de tratamento de água (ETA) da UEPB já deve estar em funcionamento. Segundo explicou o professor Willian de Paiva, engenheiro civil responsável pelo projeto, a parte que demanda maior tempo é a de fundação e preparação da base, uma vez que a estrutura do local será montada a partir da sustentação de materiais metálicos e em fibra de carbono.

Ele afirmou que a ETA terá dois tanques de armazenamento de 10 mil litros cada um, além de uma plataforma de concreto, escada e laboratório, em uma área total de 180 metros quadrados. “Temos oito homens trabalhando nessa preparação de base e também para a montagem da estação. A fundação é o que demanda mais tempo, uma vez que quando todo o espaço estiver pronto, traremos os equipamentos para o laboratório e faremos a montagem dos tanques que são confeccionados em fibra de carbono”, disse o professor, acrescentando a participação na obra da arquiteta Luína Alves Marinho e do mestre de obras Anilson Batista Araújo.

A consolidação desse projeto oferecerá, além de um padrão de potabilidade para qualquer empresa que se disponha em analisar a água, também a prestação do serviço de avaliação de protozoários existentes na água. Medidas que possibilitarão que toda água averiguada pela estação de tratamento tenha condições de ser consumida dentro das atividades realizadas no Câmpus de Campina Grande.

“Vamos produzir uma água que atenda aos padrões de potabilidade e essa água vai atender as atividades feitas no nosso Câmpus. A ideia do reitor Rangel Junior é aproveitar essa água para o consumo, uma vez que estaremos produzindo algo de excelente qualidade”, destacou a professora Weruska Brasileiro.

 

Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti