Pesquisa da UEPB sobre evolução da resistência a inseticidas no Aedes aegypti é apresentada em Singapura

19 de outubro de 2018

Pesquisa da UEPB sobre evolução da resistência a inseticidas no Aedes aegypti é apresentada em Singapura

Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Entomologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi destaque em conferência internacional sobre abordagens integradas e ferramentas inovadoras para combater resistência a inseticidas em vetores de arboviroses, realizada em Singapura, entre os dias 1º e 3 de outubro.

No evento, o professor Walter Fabrício Silva Martins, coordenador do Laboratório de Entomologia, apresentou os avanços na área de genômica da resistência no mosquito Aedes aegypti e suas implicações para o controle de inseto vetores. Atualmente, o grupo de pesquisa do Laboratório tem desenvolvido diversos projetos que abrangem quatro estados do Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe). As principais atividades desenvolvidas são pertinentes à identificação do nível de suscetibilidade das populações aos inseticidas recomendados pelo Ministério da Saúde, bem como identificação de variações genéticas que reduzem ou impedem a ação dos inseticidas aplicados no controle dos insetos vetores.

“Os resultados dos nossos projetos apresentados durante a Worldwide Insecticide-resistance Network (WIN) demonstram que em dez populações de Aedes aegypti estudadas encontram-se três variações genéticas (V410L, V1016I e L1534F) presentes no sitio-alvo dos inseticidas piretróides e que a presença dessas variações isoladas, ou de forma simultânea, favorecem a sobrevivência dos mosquitos apás aplicação de inseticidas”, explicou professor Walter.

Atualmente, o grupo de pesquisa, através do Edital PROPESQ/UEPB e Wellcome Trust, tem intensificado os estudos de genômica e transcriptômica em populações resistentes, com o intuito de caracterizar os mecanismos envolvidos na resistência, o qual poderá auxiliar na decisão de estratégias mais eficazes para o controle das populações do Aedes aegypti. Embora, as aplicações de novas tecnologias e estratégias estejam sendo implantadas para o enfrentamento das epidemias de arboviroses transmitidas pelo vetor, o engajamento da sociedade através da remoção de criadouros artificias tem papel fundamental para o sucesso do controle e prevenção dessas doenças.

A Worldwide Insecticide-resistance Network (WIN) é uma rede de colaboração internacional formada por mais de 19 instituições de pesquisa mundialmente reconhecidas por estudos referente a transmissão de doenças tropicais que atuam em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as iniciativas da WIN, destaca-se a elaboração e recomendação de estratégias que visam o controle do mosquito Aedes aegypti, conhecido popularmente como mosquito da dengue.

Os estudos abordando diversos aspectos da biologia do mosquito Aedes aegypti, particularmente referente à evolução da resistência aos inseticidas utilizados em programas de controle de populações, tem sido de fundamental importância para desenvolver ações de controle mais eficazes, buscando a redução e a prevenção da transmissão dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya em áreas endêmicas. Além da severidade das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, a notificação de pelo menos uma dessas doenças em mais de 120 países atinge quase 80% da população mundial, reforçando a necessidade de pesquisas para desenvolver programas de controle mais eficientes.

Texto: Tatiana Brandão
Foto: Divulgação

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