Laboratório de Desenvolvimento e Ensaios de Medicamentos da UEPB completa seis anos de funcionamento

6 de julho de 2017

Laboratório de Desenvolvimento e Ensaios de Medicamentos da UEPB completa seis anos de funcionamento

A Caatinga é um bioma com características peculiares. Encontrado apenas no Brasil, é caracterizado pelos baixos índices pluviométricos e grandes períodos de exposição solar. Outro aspecto importante é a flora dessa região, composta por plantas nativas e exóticas que apresentam boa adaptação ao clima semiárido. Muitas dessas plantas são usadas para fins medicinais pela comunidade local, um vasto conhecimento popular, que vêm sendo passado através de gerações.

A comprovação científica da eficácia terapêutica das plantas medicinais constitui o principal objetivo dos trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Desenvolvimento e Ensaios de Medicamentos (LABDEM) situado no Departamento de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que completa seis anos de ensino, pesquisa e extensão na área de fitoterapia. O grupo é coordenado pela professora doutora Ana Cláudia Dantas de Medeiros, que atualmente é bolsista de produtividade em desenvolvimento tecnológico e extensão inovadora do CNPq e coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.

O LABDEM desenvolve pesquisa com alunos dos programas de pós-graduação da UEPB em Ciências Farmacêuticas, Odontologia e Etnobiologia e Conservação da Natureza, além de colaborar com os programas de Ciências Agrárias e Química. Contando com uma estrutura moderna, no Complexo de Pesquisa Três Marias, no Câmpus de Bodocongó, o laboratório colabora com importantes instituições como a USP, Unesp, Unicamp, UFPB, UFPE, UFPI, UFOB, UPE, UFCG e UNIFACISA. Além disso, o laboratório participa da Rede Norte-Nordeste de Fitoprodutos (INCT-Rennofito), liderado pelo Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos (IPeFarM) da UFPB.

Dentre as plantas pesquisadas pelo grupo nesses seis anos de pesquisa, destaca-se a Schinopsis brasiliensis Engler, conhecida popularmente como Braúna ou Baraúna, uma planta nativa do semiárido brasileiro. A ideia de pesquisar sobre essa espécie foi uma sugestão do saudoso botânico, professor Ivan Coelho Dantas, que descreveu seu uso pela população em seu livro “O Raizeiro”, publicado pela EDUEPB.

Os estudos realizados na UEPB apontam que suas cascas possuem boa atividade antimicrobiana, principalmente frente a micro-organismos que apresentam resistência aos antibióticos tradicionais. Com isso, o LABDEM desenvolveu e patenteou uma pasta intracanal de uso odontológico, com eficácia superior às opções disponíveis no mercado. A partir das folhas da braúna, que também apresenta atividade antimicrobiana, antioxidante e anti-inflamatória, os pesquisadores do LABDEM desenvolveram em parceria com a USP uma loção fotoprotetora paraben free, livre de compostos parabenos, que são conservantes sintéticos utilizados em medicamentos e cosméticos e que podem causar efeitos danosos com o uso, como alergias e envelhecimento precoce.

Atualmente, o grupo de pesquisadores do laboratório foca suas pesquisas no desenvolvimento de um comprimido mucoadesivo com atividade antifúngica, também a partir de plantas do semiárido brasileiro. A cada dois anos, o LABDEM promove a Escola de Verão em Desenvolvimento de Medicamentos Fitoterápicos (EVFIT). Nesse evento, são apresentados temas relevantes sobre plantas medicinais e fitoterápicos a partir de explanações de alunos e pesquisadores na área de plantas medicinas e fitoterápicos. A próxima edição do EVFIT será em janeiro de 2018.

Laboratório de Desenvolvimento e Ensaios de Medicamentos da UEPB completa seis anos de funcionamento

Árvore de Baraúna, planta utilizada nas pesquisas desenvolvidas pelo LABDEM

 

 

Colaboração: Equipe LABDEM