4ª Semana de Agroecologia é realizada no Câmpus de Lagoa Seca com debate sobre vivência ecológica

3 de abril de 2018

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Trato correto no manejo da terra, cuidado com o meio ambiente, respeito a vida e produção de alimentos saudáveis. Essas são algumas das preocupações do curso de Bacharelado em Agroecologia, do Centro de Ciências Agrárias Ambientais (CCAA), Câmpus II da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Lagoa Seca, que está completando dez anos de existência. Pioneiro na Paraíba, o curso forma profissionais em Agroecologia, a maioria filhos de agricultores da região.

Para marcar a data e, ao mesmo tempo, divulgar os projetos e ações desenvolvidas pelos estudantes e professores do curso, o CCAA promove até a próxima sexta-feira (6) a 4ª Semana de Agroecologia. Com o tema “Compartilhando Saberes e Vivência Ecológica”, o evento foi aberto oficialmente na manhã desta terça-feira (3), em solenidade que contou com a presença do reitor Rangel Junior; do diretor do Câmpus, professor Suenildo Jósemo Costa Oliveira; do diretor da Escola Agrícola Assis Chateaubriand, professor José Félix de Brito Neto; da coordenadora do Bacharelado em Agroecologia, professora Shirleyde dos Santos; da coordenadora do Curso Técnico em Agropecuária, professora Maria do Socorro Bezerra Duarte; e do chefe de Departamento de Agroecologia e Agropecuária, professor Mario Sérgio de Araújo.

A exemplo das edições anteriores, o evento busca difundir o conhecimento do processo de formação dos solos e apresentar formas de manejo e conservação deste recurso natural através de palestras, rodas de conversas, mesas redondas e oficinas. Em sua 4ª edição, a semana traz, além dos professores da UEPB, especialistas da área de outras instituições, a exemplo do professor Eli Lino de Jesus, do Instituto Federal de Rio Pomba, em Minas Gerais; a professora Adriana Sais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); o professor Rafael Neves, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); a professora Mariana Oliveira Breno também da UFAL; a professora Kátia Cristina Kupper da UFSCAR; e a professora Adriana Meira da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Câmpus de Sumé.

O reitor Rangel Junior, deu as boas vindas aos participantes e fez um agradecimento especial aos professores convidados de outras instituições que, segundo ele, darão grande contribuição nas discussões sobre a relevância do curso de Agroecologia e troca de aprendizado coletivo. Rangel disse que o curso de Agroecologia representa um marco de resistência ativa e de grande relevância na região, tendo contribuído para dar passos importantes e necessários nas mudanças que o país precisa.

Ele ressaltou ainda que uma sociedade democrática não se resume apenas às eleições, mas na implantação de políticas eficazes e de ações que garantam acesso a população aos bens de consumo e alimento de qualidade. “Sempre, em algum lugar, existem pessoas dando passos importantes para transformar essa realidade. Considero que o que se faz aqui no Câmpus de Lagoa Seca, e se constrói no cotidiano, representa passos importantes na construção desse processo de mudança”, destacou.

Segundo o reitor, os projetos e ações desenvolvidos no CCAA ajudam a criar uma nova mentalidade e a interferir de forma positiva na realidade das pessoas, no sentido de construir um mundo melhor. Ele observou que desenvolvimento não pode ser reduzido a produtividade, busca pelo lucro e riqueza para alguns, mas sim no trato adequado com o solo, na geração de conhecimento e produção de técnicas científicas voltadas para o bem da sociedade. “Aqui se busca construir uma cultura diferente no trato com a vida, no trato com a realidade, no trato com a natureza na perspectiva de respeitar, acima de tudo, o meio ambiente sem agressão”, frisou, lembrando que o curso ensina como produzir alimento retirado da terra com qualidade e com respeito à vida.

O diretor do CCAA, professor Suenildo Jósemo, destacou o pioneirismo do curso em Agroecologia na Paraíba e fez menção ao idealizador do Bacharelado, o professor Francisco Loureiro Marinho. Ele também ressaltou que mesmo em tempos de crise a Reitoria tem feito grandes investimentos no Câmpus II. “Sabemos que a Agroecologia é essencial para o bem-estar humano, como também ajuda a promover o respeito ao meio ambiente”, disse. Para ele, o curso de Lagoa Seca reúne todas as condições para se transformar em nível de excelência e ser um dos melhores do Brasil.

O diretor da Escola Agrícola Assis Chateaubriand, professor José Félix, destacou que devido a sua importância o curso já precisa de uma pós-graduação e, nesse sentido, já existe uma proposta para a criação de uma Especialização na área. A Semana de Agroecologia está centrada na discussão sobre educação e o andamento dos cursos de Agroecologia no Brasil, bem como sobre o registro profissional do agroecólogo.

Responsável pela palestra de abertura, o professor Eli Lino de Jesus abordou o tema “Manejo ecológico do solo” e procurou mostrar as diferentes formas de tratar corretamente a terra. “O solo é a base da vida do planeta terra e a ciência do solo evoluiu através do manejo que, de certa forma, destruiu algumas das características básicas da vida no solo. O que a Agroecologia procura fazer é reestabelecer esse processo do solo vivo, que protege a planta a vida do ser humano”, salientou.

Convidada da UEPB para o evento, a professora Adriana Sais, da Universidade Federal de São Carlos, participou inicialmente da mesa redonda “Educação e Agroecologia”. Ela também vai discutir a questão da regulamentação da profissão e ministrar uma palestra sobre “Análise de paisagem”. Adriana Sais ressaltou que o curso é regulamentado enquanto técnico e tecnólogo pelo Ministério da Educação (MEC), mas ainda não existe a profissão do agroecólogo. “A Agroecologia é um contraponto a essa agricultura tradicional, que é importante mas tem ocasionado a degradação muito intensa dos recursos naturais. Ela busca conhecimentos e equilíbrio maior entre produção e meio ambiente mais sustentável”, explicou.

O evento, que tem suporte do Núcleo de Extensão Rural Agroecológica (NERA), também conta com uma ciranda de experiência com agricultores e agricultoras da região e mostra de produtos oriundos da terra e cultivados por alunos produtores do curso. Na quinta e sexta-feira, acontecem as oficinas abordando diversos temas e ministradas por alunos, ex-alunos e instituições parceiras, como o Instituto Nacional do Semiárido (INSA).

Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos

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